SOS Colubandê

Fazenda Colubandê sem decoração de Natal este ano!!!!

A paisagem natalina do KM 10 da RJ 104 (Rodovia Amaral Peixoto) mudou em 2012. Acostumado com as luzes e as decorações de Natal há 12 anos, a área da Fazenda Colubandê, em São Gonçalo, está atualmente no escuro. Com a desativação do Batalhão de Polícia Florestal e Meio Ambiente (BPFMA) no meio do ano e as incertezas sobre o seu futuro, o prédio, sofre com o matagal crescendo em quase toda a área. Por enquanto, o Governo do Estado ainda não definiu o que será feito. Existe a possibilidade de ser aplicado projeto que englobaria as secretarias estaduais de Educação, Ambiente e Cultura.

Um dos principais cartões postais da cidade, a Fazenda Colubandê, no ano passado, foi decorada com três mil metros de mangueira de iluminação com cem mil lâmpadas. Esse ano, o local deixou de ser ponto turístico, está no escuro e cercado de mato. Os gonçalenses lamentam a situação. “Não é só pelo mato. Mas ficamos sentidos porque a fazenda é um dos pontos mais bonitos da cidade e que, nessa época, ficava muito bonita por conta da iluminação de Natal. Muitas pessoas tiravam fotos do cenário. Hoje, nada disso existe mais”, disse a professora Margareth Reis, 57 anos, vizinha da fazenda.

O fundador da ONG Projeto Alternativo, o professor de História André Correia voltou a criticar o abandono da fazenda, defendendo que a área poderia ser utilizada pela cultura de São Gonçalo. “Ficamos tristes com esse abandono. Já nos reunimos várias vezes, mas ainda não fomos ouvidos por nenhum órgão. Ficamos sabendo que a secretaria estadual de Cultura tinha um projeto para a área. Porém, não temos detalhes disso. Vamos fazer um novo encontro, no fim de janeiro, e mandaremos convite para os órgãos responsáveis. Nessa época do ano é pior ainda. A fazenda sempre ficava iluminada, chamando a atenção de quem passava. Procuramos saber quem está responsável pelo local para colocar algumas luzes. Mas, nem assim conseguimos”, explicou André, defendendo que a área seja transformada em espaço para receber a cultura do município.

Atualmente, a segurança da área está sendo feita por policiais do 7º BPM (São Gonçalo). “Antes, os policiais capinavam o local a cada 15 dias. Mesmo sendo mantida a segurança, a fazenda está abandonada. A estrutura está se deteriorando. O local está feio e sujo e o número de mosquitos aumentou muito”, afirmou o professor Francisco Mattos, 33.

 Secretarias têm projetos

A Secretaria estadual de Educação informou, através da sua assessoria de imprensa, que existe um projeto que ainda não foi totalmente definido. Porém, existe a possibilidade da nova unidade integrar o programa Dupla Escola, modelo de ensino integrado, criado em 2008, pelo Governo do Estado, que agrega ao Ensino Médio, cursos que oferecem aos alunos competências, atitudes e valores indispensáveis para a vida profissional e em sociedade. Caso isso seja acertado, a previsão é que a escola seja inaugurada em 2014.

As secretarias de Cultura e do Ambiente também teriam participação no projeto. A primeira instalaria uma unidade da rede estadual de Bibliotecas Parque, que seria um espaço cultural e de convivência. Já a segunda participaria com um centro de educação ambiental.

Possibilidades – O vereador de São Gonçalo Marlos Costa (PT) disse que solicitou ao secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, que a área receba um centro de educação ambiental. “A fazenda está em área que pertence ao governo do estado. Porém, solicitei que algo seja feito junto ao Carlos Minc, pois o local está abandonado. Ele ficou de elaborar um projeto para que a fazenda se torne um centro de educação ambiental. Sabemos também que existe um projeto para que a área abrigue uma Biblioteca Parque. Outra questão é que a fazenda deveria ter um destacamento de polícia ambiental, pois a área é muito grande para ser protegida”, analisou o vereador. Na última segunda, Carlos Minc confirmou que a pasta poderá fazer parte do novo projeto da Fazenda Colubandê. 

Tombada desde 1940

Originalmente, a Fazenda Colubandê era o engenho de Nossa Senhora de Monserrate, a padroeira da capela anexa, que mais tarde passou a se chamar Nossa Senhora de Santana. É um conjunto arquitetônico, composto por capela, construída em 1617, e uma casa-grande no estilo barroco erguida em 1760. A casa conta com 38 cômodos, incluindo quatro no subsolo, onde ficavam as senzalas que abrigavam os escravos. O local é tombado, desde 1940, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O local estava, desde 1986, como sede do BPFMA. Em julho, ele foi desmembrado através do decreto estadual 43.641 de batalhão para Companhia de Polícia Ambiental (CPAms). Para o coronel André Vidal, comandante do antigo BPFMA, quem mais vai sentir é a população.  

Fonte: O São Gonçalo

Vídeo postado no Youtube mostra como se encontra hoje a Fazenda Colubandê: